Brasil: Maior fornecedor mundial de algodão
Abrapa monta estratégia para que o Brasil se torne o maior fornecedor mundial de algodão até 2030.
País é atualmente o quarto maior produtor e o segundo exportador.
Há pelo menos seis mil anos o algodão é cultivado em diferentes partes do planeta, numa certa faixa geográfica que atende às poucas exigências dessa planta, afeita pelos climas mais áridos. Para os povos das Américas, é como se ele tivesse sempre existido. Mas, na Europa, o algodão só se tornou popular com Revolução Industrial, no século XVIII. De lá para cá, ganhou o mundo, tornando-se a mais importante fibra têxtil dentre as naturais, artificiais e sintéticas. Mas se é quase onipresente no nosso dia a dia, o algodão é “invisível” para grande parte da população global. Por isso, no ano ado, criou-se o Dia Mundial do Algodão (#WorldCottonDay), uma iniciativa do International Cotton Advisory Committee (ICAC), com outras entidades internacionais como FAO, Organização Mundial do Comércio (OMC), United Nations Conference of Trade and Development (UNCTAD) e o International Trade Center (ITC). Este ano, mais de 50 países, dentre os quais o Brasil, estão empenhados em mostrar para os mais diversos públicos, que a pluma natural, biodegradável e sustentável é sempre uma boa escolha. Por aqui, a data vai ser comemorada em grande estilo, com a campanha lançada pela Associação Brasileira dos Produtores de Algodão (Abrapa), que tem como tema “Algodão, a fibra que movimenta o Brasil”.
“Vamos ajudar o ICAC a divulgar a hashtag #WorldCottonDay, contribuindo para chamar a atenção do público ao redor do planeta para a importância dessa matéria-prima que, de acordo com o comitê, é produzida em mais de 100 países, comercializada em mais de 150, e que movimenta em torno de 350 milhões de pessoas, ou 100 milhões de famílias, pelo globo afora”, explica o presidente da Abrapa, Milton Garbugio. Ele se refere aos vários elos da cadeia produtiva, como agricultura, transporte, empacotamento e armazenamento, sem falar na indústria têxtil e de confecção, nos profissionais ligados à moda e ao design, dentre outros.
A Abrapa encampou a data para marcar o posicionamento do Brasil, que vem avançando e se fortalecendo nas últimas décadas. O país é o quarto maior produtor mundial, com 2,9 milhões de toneladas de pluma, em 2019/2020, e o segundo maior exportador do ranking, com 2 milhões de toneladas embarcadas no período.
Muito mais que volume
“Temos a meta arrojada de nos tornar o maior fornecedor de algodão do mundo em 2030, deixando para trás o nosso principal concorrente hoje, os Estados Unidos. Para isso, temos que ser ousados em todos os detalhes. Desde 2016, mantemos e aprimoramos a cada dia o movimento Sou de Algodão, uma iniciativa pioneira que fez os produtores finalmente falarem ‘para fora’ do setor, com os profissionais de moda, indústria, formadores de opinião e público geral, sobre consumo consciente e o que representa essa cultura para a economia e a vida dos brasileiros”, explica Garbugio.
O Sou de Algodão já conseguiu o engajamento de mais de 330 marcas nacionais e criou oportunidade para profissionais de moda, professores, estudantes e jornalistas conhecerem in loco o processo produtivo da fibra. Ao mesmo tempo, participou das mais importantes semanas de moda do país, e colocou produtores e profissionais da cadeia têxtil na arela, para mostrar as histórias que existem por trás da matéria-prima, feita por muitas mãos.
O presidente da Abrapa também ressalta a mais nova investida da associação rumo à promoção internacional da fibra brasileira, o projeto Cotton Brazil, empreendido pela Abrapa e Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex Brasil), com participação da Associação Nacional dos Exportadores de Algodão (Anea). Dentre diversas iniciativas, o Cotton Brazil contempla o primeiro escritório de representação do algodão brasileiro na Ásia, em funcionamento na cidade de Singapura.
Para Milton Garbugio, se o algodão brasileiro agora intensifica suas ações de marketing e promoção, é porque um extenso trabalho de base foi realizando nos últimos 20 anos. “Somos campeões mundiais em produtividade sem irrigação: 92% das nossas lavouras recebem apenas água da chuva. Temos qualidade, somos competitivos, temos escala, entregamos rastreabilidade fardo a fardo, e, acima de tudo, somos sustentáveis. Temos um amplo e completo programa de certificação de sustentabilidade, o Algodão Brasileiro Responsável (ABR), que atua em benchmark com a Better Cottton Initiative (BCI) no Brasil, desde 2013”, relata Garbugio.
A fibra que movimenta a economia
O algodão está presente até no dinheiro, pois é base para a fabricação do papel-moeda. Mas as cifras que ele movimenta, em cada etapa da cadeia produtiva, seja antes da porteira, com pesquisa e desenvolvimento de tecnologias, dentro das fazendas, e também na logística e na comercialização, são ainda mais valiosas que as cédulas.
No mais recente relatório lançado pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) sobre o Valor Bruto da Produção (VBP) das lavouras e pecuária, de um total de R$ 519 bilhões alcançados pelas lavouras, o algodão performou com R$45,8 bilhões, ou cerca de 12% de participação no todo. O VBP é calculado com base na produção da safra agrícola e da pecuária, nos preços recebidos pelos produtores nas principais praças do país.
O algodão é o quarto produto no ranking dos detentores de maiores VBP, precedido pela soja, milho e cana-de-açúcar. Já os estados de maior VPB são, pela ordem, Mato Grosso, Paraná e São Paulo. Entre os maiores produtores estaduais de algodão, Mato Grosso, que é o maior produtor nacional da fibra, somou R$29,8 bilhões, a Bahia – segundo maior produtor de algodão do país – teve VPB de cerca de R$10 bilhões e Goiás e Minas Gerais, que alternam no terceiro lugar em tamanho de safra da pluma, obtiveram, aproximadamente, R$1,1 bilhão.
De acordo com o coordenador-geral de Avaliação de Política e Informação da Secretaria de Política Agrícola do Mapa, José Garcia Gasques, existe uma estreita relação entre o desenvolvimento dos municípios e o tipo de cultura agrícola que produzem. “No caso dos que plantam algodão, soja e milho a diferença é impressionante. O VBP tem nos mostrado ao longo dos anos que o algodão, uma cultura extremamente dinâmica, sofisticada e incorporadora de tecnologia, tem um efeito sobre o aumento da renda per capita nos municípios em que está presente. Apesar de ser uma atividade muito mecanizada, a geração de empregos na cadeia produtiva é bem maior nessas localidades, se compararmos com outras que produzem, por exemplo, cacau e café”, explica Gasques. O coordenador-geral considera também a influência dos mecanismos de comercialização da fibra, baseados em contratos futuros, as práticas agrícolas adotadas pelos cotonicultores, e a integração entre as lavouras de algodão, soja e milho como fatores que contribuem para os bons números.
FONTE: DATAGRO.
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